Rúben
Conceição, em entrevista ao, afsetubal.fpf.pt faz um balanço muito positivo e acima das expetativas sobre a
presença da seleção distrital sub-14 no Torneio Nacional Interassociações
“Lopes da Silva”, que decorreu entre 24 e 30 de junho, em Elvas.
"DesportoAlmada" que acompanhou de perto a carreira da seleção setubalense, partilha aqui na intregra a entrevista que o responsável técnico, concedeu ao site -afsetubal.fpf.pt e que foi conduzida pelo jornalista Joaquim Guerra.
- Em discurso
direto, o responsável técnico confessa que, na prova que marcou a sua estreia
enquanto treinador principal distrital de futebol da AF Setúbal, no setor
masculino, fez parte de um grupo que “mexeu muito” com os sentimentos.
A seleção
sub-14 saiu da edição 2017 do torneio “Lopes da Silva”, a maior e mais
importante competição interassociativa, onde participaram 22 seleções
distritais e regionais, com conquista do Troféu “Equipa Mais Disciplinada, um
3.º lugar registado na classificação geral, fruto de uns históricos 13 pontos
somados em cinco jogos sem derrotas, e muitos motivos para encarar o futuro com
um sorriso.
Coube a
Rúben Conceição, 34 anos, treinador de Nível II, que está há quatro anos
integrado no quadro técnico da AF Setúbal, a tarefa de assumir, pela primeira
vez a responsabilidade de orientar os pupilos sub-14 num “Lopes da Silva”.
O balanço e
contas da prestação competitiva, o comportamento do grupo, os fatores
fundamentais que permitiram uma atuação de excelência, o suporte da estrutura
associativa, os elogios aos clubes da nossa região e o apoio dos familiares são
detalhados por um treinador que trabalhou em nome da AF Setúbal para que os
jovens atletas “sigam a concretizar sonhos”.
afsetubal.fpf.pt
– Na antevisão do torneio admitiu que o objetivo em termos de classificação
passava por melhorar o 5.º lugar conseguido em 2016. A fasquia foi superada. O
que esteve na base da grande prestação conseguida pela nossa seleção?
Rúben
Conceição – Tudo o que foi conseguido pela nossa seleção sub-14 deve ser
entendido numa base suportada com diversos fatores, nomeadamente, a qualidade
dos atletas, a união de todos os elementos que formaram o grupo e a ambição
demonstrada durante uma competição, na qual, feitas as contas, revela um
registo classificativo que peca por escasso.
Porquê?
Pelos
valores que acabo de referir. As competências que este grupo evidenciou não são
fáceis de reunir, apesar da AF Setúbal, no que respeita ao “Lopes da Silva”,
apresentar-se sempre na prova com uma dose de qualidade relevante. Aliás, o
futebol de formação do nosso distrito tem vindo a espelhar, através das
seleções distritais, uma grande evolução e registos notáveis. Na edição de
2014, por exemplo, ainda que noutro formato competitivo, conseguimos um 3.º
lugar, também com uma seleção de grande potencial (geração 2000), como ficou
demonstrado.
Como viu os
cinco jogos realizados pela nossa seleção em Elvas?
Fizemos uma
competição equilibrada e da qual só devemos estar orgulhosos. Recordo que três
dos nossos adversários (Lisboa, Aveiro e Beja) classificaram-se entre os
primeiros 10, o que diz bem da tarefa complicada que tivemos pela frente e só
pode valorizar ainda mais a nossa prestação global.
Depois há
que salientar o fato de não termos perdido qualquer jogo, nem sofrido golos. Um
saldo apenas igualado pela AF Porto, que acabou por vencer a competição.
A presença
na final escapou por muito pouco…
É verdade.
Ficou um amargo de boca, porque todos fizemos para que isso fosse possível, o
que representava um prémio inteiramente merecido, sobretudo para os atletas.
A conquista
do Troféu “Equipa Mais Disciplinada” foi um reconhecimento bem ajustado aquilo
que os atletas fizeram dentro e fora do campo…
Foi o
reflexo da postura que a AF Setúbal quer ver sempre exibida em qualquer
circunstância. O fomento da ética e das boas práticas no desporto é uma máxima
instituída no seio da nossa associação, por isso temos a responsabilidade,
enquanto líderes, de a praticar e ensinar com determinação.
A exigência
de um comportamento exemplar foi vincada diariamente, de forma coletiva e
também individualmente.
O resultado
deixa-me particularmente orgulhoso, porque os atletas assumiram uma postura que
dignificou a AF Setúbal e fortaleceram uma proximidade que derivou em amizades
que vão ficar para a vida.
Contudo,
este é um prémio que enche de orgulho todos aqueles que, neste caso em
particular, representaram a instituição.
A par da
competição, o “Lopes da Silva” tem o objetivo primordial de visar a promoção de
atletas aos trabalhos de observação da Seleção Nacional Sub-15. Admite que os
nossos jogadores estarão no lote dos eleitos pelos técnicos nacionais?
O nosso objetivo
enquanto seleção distrital da AF Setúbal é potenciar e dar visibilidade aos
atletas, transmitindo-lhes os valores que entendemos os mais adequados no
âmbito do seu processo formativo.
O torneio
“Lopes da Silva” é um expoente máximo na observação individual e nós temos
sempre esse elemento bem presente. Nesse sentido, conseguimos, através da
rotação dinamizada, dar minutos suficientes para que todos tivessem a
oportunidade de exibirem o seu talento.
O que depois
daí advém foge-nos do controlo, mas tenho toda a esperança, e de forma
legitima, em pensar que alguns dos atletas que estiveram nesta seleção venham a
ser convocados para a Seleção Nacional Sub-15.
Todavia, não
posso esquecer que além dos 18 que estiveram em Elvas fizeram parte de um lote
de 78 jogadores que estiveram envolvidos no nosso processo de observação e que
foram fundamentais para aquilo que o grupo final conseguiu mostrar. Aliás,
posso revelar que durante o torneio recebi diversas mensagens de apoio de
muitos que estiveram connosco, e que agora agradeço publicamente, com
particular carinho.
A seleção
distrital é um reflexo do trabalho formativo dos nossos clubes…
Essa é uma
certeza. Tudo o que conseguimos com as cores da AF Setúbal é dedicado aos
clubes que apostam na formação e a quem neles trabalham diariamente.
A nossa
região é cada vez mais uma referência no futebol formativo nacional e este 3.º
lugar é prova disso mesmo. Há mais treinadores certificados e isso é
fundamental para a evolução técnica e tática dos jovens. Só assim, é que
potenciamos as nossas condições para ombrearmos com associações tidas como
potências na formação.
E devo
assumir que as portas da AF Setúbal estão abertas a todos os clubes que visem
oportunidades de mostrar o seu trabalho.
Tudo isto
foi igualmente assente numa estrutura técnica. Que avaliação faz dos elementos
que o acompanharam ao longo de todo o processo?
Foram
fundamentais em todos os momentos. Desde o primeiro dia de observação,
contribuindo de forma determinante para a escolha criteriosa dos convocados, e
até ao último dia do torneio.
A equipa
técnica, com o João Conceição e João Louro, a somar à Velussa Melo e o Fábio
Silva, também teve o condão de formar um grupo unido. Adaptámo-nos bem à
estratégia definida e tudo resultou na perfeição, sempre em nome dos atletas.
Neste
particular, deixo igualmente uma palavra de grande apreço ao apoio do
coordenador técnico distrital, Alexandre Santana, que manteve uma ligação muito
importante ao grupo.
A eles devo
um forte abraço de agradecimento.
Ao longo da
semana do torneio, não houve um dia em que faltasse o apoio à nossa seleção
emanada, sobretudo pelos familiares dos atletas.
Sem dúvida.
Foram, literalmente, incansáveis. Apesar da distância, todos os que tiveram a
possibilidade não faltaram e isso foi muito sentido pelo grupo. Aliás, além de
reconhecer e agradecer esse apoio, sublinho o comportamento exemplar que
tiveram em todos os jogos.
A AF Setúbal
saiu, portanto, a ganhar em toda a linha…
Creio que,
acima de tudo, honramos a grande instituição que é a nossa associação. E,
quero, com grande reconhecimento, agradecer à estrutura associativa, na pessoa
do presidente da Direção, Francisco Cardoso, por ter, mais uma vez,
proporcionado todas as condições para que todos pudéssemos trabalhar da melhor
forma possível.
Condições
essas que foram aplicadas no terreno, de forma exemplar pelo nosso chefe da
comitiva, o diretor Amadeu Mota, e pelo presidente do Conselho Técnico, Armando
Paixão, que fruto da sua vasta experiência nestas andanças, foi um companheiro
de eleição.
E não posso
esquecer a grande e fundamental novidade que a Direção da AF Setúbal, em boa hora,
estreou no “Lopes da Silva”, como foi o caso do acompanhamento diário da nossa
seleção através do Departamento de Informação e Comunicação. Ao Joaquim Guerra,
que personalizou esta tarefa com um profissionalismo ímpar, reconhecer o mérito
que teve em manter informado, quase ao minuto, todo o universo da AF Setúbal
sobre a nossa prestação, através dos canais oficias da associação na
Internet.
O que sobra
em termos de sentimento pessoal sobre esta experiência?
Admito que
esta seleção foi das que mais mexeu comigo. Talvez, por ser a minha estreia
enquanto treinador distrital principal de futebol masculino e logo num torneio
com esta envergadura.
Senti um
grande orgulho pelo trabalho realizado com jovens de 13 e 14 anos com muito
talento e que deram autênticas provas de maturidade comportamental.
A todos
agradeço pelo contributo e aos 18 Bravos, que sigam a concretizar os seus
sonhos e que, acima de tudo, sejam felizes.
Fonte:afsetubal.fpf.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário