quinta-feira, 31 de julho de 2014

ANDEBOL- CARLOS SANTANA VICE PRESIDENTE DO ALMADA LANÇA REPTO - QUEM ESTÁ DISPOSTO A APOIAR-NOS

Isto não é tarefa fácil...nem facilitada.

"Fica também o apelo às autarquias. Os clubes são um elemento essencial na coesão social. Os clubes são insubstituíveis no desenvolvimento do desporto de formação. Devem por isso as autarquias rever a forma como se relacionam com os clubes e a forma como os apoiam…ou em muitos casos não os apoiam."


O vice-Presidente para o Andebol do Almada,Carlos Santana, tendo a seu lado o presidente, Ricardo Jorge Louçã, da União das Freguesias de Almada,Cova da Piedade,Pragal e Cacilhas, aquando do encerramento do torneio Internacional de andebol do Almada
O andebol do Almada é um símbolo da nossa cidade, uma modalidade que este ano completou 70 anos,(tal como o clube), o seu trajeto deixou o nome do clube e  da cidade nos anais do andebol nacional,através de gerações. Pelo andebol do Almada passaram elementos de bastante valor a nível nacional e internacional,quer como técnicos que como jogadores,tanto no setor masculino como no setor feminino,isso foi um legado que jamais será apagado da história do andebol do Almada e do andebol nacional.

 Na continuação desse legado os atuais dirigentes do andebol,bem como todos os elementos que compõem a seção de andebol,quer técnicos , jogadores e pais, tem continuado a mostrar grande dedicação e interesse pela modalidade, a prova disso está no trabalho que têm vindo a realizar e, em que na época finda se saldou por mais um grande êxito desportivo e participativo com destaque para a formação e a ascensão da equipa sénior ao 2 ºescalão do andebol nacional,bem como o assinalável êxito desportivo alcançado no XXXIV Edição doTorneio Internacional de Andebol

O certo é que os tempos são outros e não basta só a carolice,é necessário algo mais que passa por um apoio financeiro,para fazer face ás múltiplas despesas do dia a dia,mas com a crise os apoios tem sido cada vez menos. Dai naturalmente que o repto lançado pelo vice presidente do andebol do Almada, Carlos Santana,na página do andebol do Almada, no facebook,tem razão de existir, a sua frontalidade em colocar de peito aberto as questões,não é mais que um grito de alerta dirigido ao poder local, à Federação Portuguesa de Andebol, à Associação de Andebol de Lisboa e a outros agentes desportivos que tutelam o desporto no nosso país.

Daí transcrevermos na íntegra o referido comunicado do responsável pelo andebol do Almada,Carlos Santana:
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"Muitas modalidades desportivas estão a iniciar as actividades próprias da pré época, sendo que outras estão ainda em período de inactividade.

Se os atletas e treinadores estão a trabalhar a meio gás ou ainda a gozar o descanso merecido depois de uma época desportiva intensa, o mesmo não se pode dizer dos dirigentes.

Esta fase é tremendamente desgastante para quem tem que se preocupar com o arranque da época desportiva que se avizinha.

Desgastante não tanto pelo esforço físico que o trabalho poderia exigir, mas desgastante pelo facto de recorrentemente nos vermos confrontados com os mesmos problemas.

Problemas que normalmente vão desaguar num único ponto: falta de disponibilidade financeira.

De facto a falta de recursos financeiros não dão descanso a quem tem que garantir que tudo esteja pronto para que a máquina inicie a sua marcha lá para finais de Agosto.

É nesta fase em que nos encontramos que é necessário inscrever as equipas nas respectivas federações ou associações, inscrever e pagar. É nesta fase que é necessário inscrever os atletas. Inscrever e pagar. É nesta fase que é necessário fazer exames médicos aos atletas. Fazer e pagar. É nesta fase que somos bombardeados diariamente pelas estruturas que tutelam as diversas modalidades desportivas com novas exigências. Exigências que por vezes só servem para que o garrote a que os clubes estão sujeitos aperte mais um bocadinho.

Quem paga todas estas contas? Estas e outras que decorrem da actividade normal de um clube que tem instalações próprias: electricidade, gás, água, comunicações, limpeza, manutenção, etc. 
As contas são pagas sempre pelos mesmos. Algumas empresas e particulares que fazem o favor de acreditar no nosso trabalho… E pouco mais, muito pouco…mesmo.

Face a este cenário de falta de apoios mais uma vez não nos é possível concretizar algo que é um imperativo quase moral: permitir que todos façam desporto de forma gratuita. Como não é possível serão mais uma vez as famílias dos nossos atletas e dos atletas de outros clubes a suportar uma parte considerável da factura.

Apelo a que as estruturas que superintendem as diversas modalidades percebam que só há desporto federado enquanto houver atletas e clubes. Sem clubes e sem atletas não há necessidade de existirem associações ou federações. Os clubes não podem ser a base da pirâmide. São eles a essência do desporto em Portugal.

Como tal, seria importante que as federações e associações percebessem que os clubes devem ser vistos como parceiros e não como meros contribuintes. Na prática os clubes têm que perceber as mais-valias que podem colher tanto das associações como das federações. Qual o benefício de estarmos inscritos numa federação e associação? Poder participar em competições oficiais? Muito curto.

É verdade que a situação em que muitos clubes se encontram é consequência da gestão ruinosa levada a cabo por parte de muitos dirigentes. Gestão ruinosa e muitas vezes pincelada de irregularidades graves que foram propositadamente levadas a cabo em seu proveito pessoal. Contudo, infelizmente muita desta gestão, chamemos-lhe apenas incompetente, teve o beneplácito de associações e federações. Tudo foi permitido: não pagar inscrições, não pagar arbitragens, não pagar filiações, etc, etc.                                                             


Os vários anos em que esta prática foi permitida tiveram como consequência a acumulação de passivos, para com as instâncias federativas e associativas, perfeitamente incomportáveis.

De repente, num momento em que a economia é obstáculo maior do que era em tempos idos, passou a ser condição obrigatória que os clubes tivessem a sua situação regularizada relativamente à época desportiva anterior como condição para poderem inscrever equipas e atletas na nova época. É um princípio que louvo mas que tem que ser aplicado sem ortodoxias. 

É pois importante e imperioso que todos percebamos: clubes, associações e federações que estamos todos no mesmo barco. Ou nos af
undamos todos ou continuamos todos a navegar mesmo que as águas nem sempre sejam tranquilas.
Fica também o apelo às autarquias. Os clubes são um elemento essencial na coesão social. Os clubes são insubstituíveis no desenvolvimento do desporto de formação. Devem por isso as autarquias rever a forma como se relacionam com os clubes e a forma como os apoiam…ou em muitos casos não os apoiam.

Finalmente é de vincar a importância que as empresas têm na tarefa de permitirem que os clubes continuem a existir. Apoiem os clubes na medida das vossas possibilidades. Permitam que os jovens tenham um local onde podem conviver, crescer e valorizar-se como pessoas.

Quem está disposto a apoiar-nos?

Carlos Santana
Vice-Presidente para o Andebol

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