O ex-internacional luso apresentou esta quinta-feira, no Estádio do Wembley, em Londres, o seu programa de candidatura à presidência da FIFA.


O candidato à presidência da FIFA, Luís Figo, defendeu esta quinta-feira, na apresentação do programa da sua candidatura, que 50 por cento das receitas do organismo devem ser entregues às federações nacionais.
Figo voltou a frisar que o futebol lhe deu muito e que lhe custa ver a degradação da imagem da FIFA, liderada há 17 anos pelo suíço Joseph Blatter, também candidato.
"Ao longo dos últimos meses e anos tenho visto a imagem da FIFA a degradar-se. Jogadores, diretores, treinadores, todos me dizem que algo deve mudar”, salientou.
Figo sublinhou não ser alguém para ficar de braços cruzados, daí a sua necessidade em atuar: “Acredito num novo estilo de liderança, que pode trazer a transparência (...). Tem de se fazer mudanças estruturais fundamentais”.
O ex-futebolista mostrou algumas ideias do seu manifesto, referindo que, se for eleito, investirá no futebol e na distribuição de dinheiro às federações.

Nesse sentido, Figo defendeu que "50 por cento das receitas da FIFA - ou seja 2,5 mil milhões de dólares - devem ser distribuídos pelas federações nacionais" nos próximos quatro anos.

Por outro, o ex-jogador entende que 500 milhões de dólares são suficientes para assegurar os custos operacionais da FIFA, pelo que propõe que "mil milhões de dólares [do fundo de reserva] sejam devolvidos às federações".
O antigo jogador referiu ainda que esse processo será “auditado”, de forma que o dinheiro tenha o destino certo, num investimento no futebol e na expetativa que a prática da modalidade, com jovens registados, aumente até 10 por cento.

“Se for feito da maneira certa o investimento aumentará as oportunidades no mundo inteiro, todo o financiamento será auditado para assegurar que o dinheiro é utilizado corretamente”, salientou o ex-jogador.

No seu manifesto Figo falou também em alterações às leis de jogo, nomeadamente na discussão do fora de jogo, e mostrou ser um defensor da tecnologia da linha de golo, que gostaria de ver implementada.

Figo lembrou que é de origens humildes e que no futebol, que lhe deu tudo, é independente, não devendo nada a ninguém. Por isso quer também mais oportunidades e condições para os jovens jogadores, defendendo que 50 por cento do fundo de solidariedade deve ser aplicado na criação de infraestruturas para o futebol de formação.

O antigo Bola de Ouro concorre à presidência da FIFA frente ao atual presidente, Joseph Blatter, ao príncipe jordano Ali bin Al Hussein, um dos vice-presidentes do organismo, e ao presidente da Federação Holandesa, Michael van Praag.

As eleições para a presidência do organismo que rege o futebol mundial realizam-se a 29 de maio, no segundo de dois dias do congresso da FIFA, em Zurique, na Suíça.
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Foto: FPF/Diogo Pinto