- Sendo este um momento de celebração é igualmente tempo de reflexão -
"Importa celebrar 70 anos de história. Importa igualmente reflectir sobre a possibilidade de continuar a construir história"
O vice presidente do Almada Atlético Clube,para a area do andebol,Carlos Santana,na sua intervenção na Sessão Solene Comemorativa dos 70 anos do clube |
O Almada Atlético Clube,completou no dia 20 de Julho,o seu 70º Aniversário,por várias vivicitudes,o clube tem andado arredado de comemorar os seus aniversários.Este ano finalmente e após algum jejum,os seus dirigentes levaram a efeito no passado dia 12 de Dezembro,a cerimónia comemorativa dos 70 anos de existência da coletividade,saida da fusão entre o Pedreirense Futebol Clube e União Sport Clube Almadenses,a 20 de julho de 1944.
Por motivos inadiáveis não pude estar presente nesta cerimónia,no entanto trago aqui a intervenção do vice presidente,Carlos Santana,para que a mesma fique registada para memória futura, da vida da coletividade almadense
"É impossíve não referenciar Adelino Moura,pela sua relevância,não só para o andebol do Almada,mas para o andebol nacional(...)"
"Boa Noite a todos e sejam muito bem-vindos.
É para mim, enquanto responsável pelo Andebol do Almada A.C., uma honra e uma responsabilidade carregar 70 anos de história do nosso clube.
Uma honra por ter o privilégio de ser o porta-voz do andebol almadense e uma responsabilidade pelo facto de ter o dever de dar continuidade ao trabalho desenvolvido ao longo de todo este vasto percurso. Estou aqui em representação de uma secção que trabalha de forma colectiva e em prol de uma modalidade que muitas alegrias deu e continua a dar a todos aqueles que gostam do Almada.
A história das organizações, tal como a das pessoas, é feita de momentos simbólicos que servem para termos à nossa volta quem gosta de nós e quem persegue objectivos comuns.
Uma organização como a nossa, que consegue percorrer várias décadas e tocar várias gerações, merece todo o nosso respeito. Respeito devem-nos igualmente todos aqueles que conseguiram e conseguem manter esta nau à tona de água apesar dos ventos nem sempre serem favoráveis.
As organizações que não respeitam a sua História, e aqueles que lhe deram existência, não perduram no tempo e entram em lenta e dolorosa agonia.
Importa pois respeitar o nosso passado para que o futuro respeite o presente.
Não é minha intenção, até porque seria uma tarefa quase hercúlea, referir todos os grandes almadenses que marcaram de forma indelével a história do andebol do nosso clube, designadamente, mas não só ao nível do dirigismo. Contudo, alguns nomes são incontornáveis.
É impossível não referenciar Adelino Moura pela sua relevância não apenas para o andebol do Almada, mas para o andebol nacional. Atleta, treinador, seleccionador nacional e Dirigente.
"HUMBERTO BORGES MERECE IGUALMENTE A NOSSA REFERÊNCIA(...)POR TER PERCEBIDO QUE ERA POSSIVEL E DESEJÁVEL ORGANIZAR UM TORNEIO INTERNACIONAL(...)"
Humberto Borges merece igualmente a nossa referência, em particular, por ter percebido que era possível e desejável organizar um torneio internacional de andebol em Almada. Torneio que completou este ano 34 edições. É o torneio mais antigo do panorama andebolístico nacional e um dos mais antigos da Europa.
Aquando da edição do 34º Torneio Internacional de Andebol |
Fazendo um pequeno parêntese gostaria de referir que na edição 34 que decorreu no mês de Julho contámos com a presença de 50 equipas e mais de 1000 atletas, treinadores e dirigentes. Evento que só tem persistido no tempo devido à dedicação dos dirigentes do andebol do Almada e do apoio incondicional que a Câmara Municipal nos tem prestado desde a primeira edição. Sem o apoio do Município e nos últimos anos igualmente da Junta de freguesia de Almada e agora da União das Juntas de freguesia, seria impossível levar a cabo esta empresa. Uma palavra ainda para a Associação de Andebol de Lisboa e para a sua presidente – Ana Maria Cabral – pelo apoio prestado nas últimas duas edições.
Infelizmente não tive o prazer de conhecer estas duas figuras do nosso clube. Apenas tenho conhecimento, diga-se que parcelar, da sua história. Tenho contudo, o prazer de conhecer e de trabalhar diariamente com o terceiro nome que é fundamental referir: É alguém que faz a ligação intergerações. Alguém que liga o passado, o presente e certamente o futuro. Foi atleta, treinador e dirigente. É aquele a quem por respeito todos chamamos por senhor Fernando Mendes.
Sendo este um momento de celebração é igualmente tempo de reflexão.
Importa celebrar 70 anos de história. Importa igualmente reflectir sobre a possibilidade de continuar a construir história.
Importa celebrar 70 anos de história. Importa igualmente reflectir sobre a possibilidade de continuar a construir história.
Os acontecimentos dos últimos anos, despoletados por uma crise profunda do sistema capitalista e das suas famigeradas leis do mercado, conduziu, em particular o nosso país, para uma crise profunda que se repercute em todo o tecido social. A esta crise não são imunes os clubes.
Esta crise serve para nos alertar para o facto de 70 anos de existência nada significar. Não podemos pois viver à sombra da história e esquecer o futuro.
Se a crise é uma ameaça externa à estabilidade do nosso clube não podemos apenas olhar para fora para encontrarmos razões para as dificuldades pelas quais passamos. Essas dificuldades foram igualmente criadas por quem não soube ou não quis gerir o andebol do nosso clube de forma moralmente responsável. Olhemos pois para dentro e não nos desculpemos apenas com os outros.
Os clubes são essenciais para assegurar a prática desportiva. Sem clubes não há desporto. Sem desporto, em particular, os mais jovens veem-se privados de uma das actividades que mais contribui para a sua construção enquanto seres sociais.
"É pois tempo das autarquias nos darem o beneficio da dúvida e voltarem a ter confiança naqueles que dirigem o clube"
É pois tempo de todos nos comprometermos com o futuro do nosso clube. É pois tempo da comunidade almadense dizer se quer que os seus clubes prosperem ou se pretende que estes continuem a viver em perpétua dificuldade.
O nosso concelho é grande em várias áreas da vida em sociedade. Que essa grandeza seja extensível aos seus clubes desportivos.
É pois tempo das autarquias nos darem o benefício da dúvida e voltarem a ter confiança naqueles que dirigem o clube. É pois tempo das instâncias que superentendem, no caso particular o andebol, trabalharem cada vez mais em proximidade connosco.
Chegou o tempo dos compromissos. Chegou o tempo de todos percebermos que temos objectivos comuns.
Viva o Andebol, Viva o Almada AC.
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