- S.R.U.P. Voleibol de Praia era um sonho?
- “Sim era um sonho e o senhor sabia bem do meu sonho, afinal já plantamos a semente
A equipa da SRUP com o treinador Luciano Manhães |
Inserido no
Caparica Primavera Surf Fest 2017 que está a decorrer na Costa de Caparica, está o desporto escolar, com várias disciplinas desportivas, uma delas é O Voleibol
e aí presenciámos em ação um projeto em conjunto entre a Sociedade Recreativa União
Pragalense e a Escola Secundária Fernão Mendes Pinto,onde podemos ver vários jogos em iniciadas e juvenis
“Desporto Almada” falou
com o mentor desse projeto Luciano Manhães, treinador do voleibol feminino da SRUP, e
que em 2016 orientou a seleção da Rússia de Voleibol de Praia que alcançou o 5
º lugar, nos Jogos Olímpicos “Rio 2016, realizado no Brasil, que nos falasse sobre esse evento
que continua a decorrer na Costa de Caparica, até dia 16 de abril.
- Como surgiu
a ideia do voleibol de Praia no Caparica Primavera Sur Fest?
- “Foi uma
ideia que surgiu quando fui convidado para organizar o Voleibol de praia no
evento Caparica Primavera Surf Fest 2017. Conversei com os Professores da
Fernão Mendes Pinto que viram de bom agrado essa participação, já que maioria
das atletas da SRUP, praticantes de Voleibol até os 16 anos são da Escola FM
Pinto e assim foi fácil avançar para este torneio”
- “Na minha
visão e pelo que percebo aqui de Portugal, essencialmente na nossa cidade de
Almada, as escolas devem abrir as portas para que os clubes entrem com uma boa
relação Escola+ Clube+ Professores E. F+ Treinadores a parceria tem de ser bem
clara e dinâmica. Não podendo o clube apoderar-se dos atletas e assim enfraquecer
as equipas da escola e isso é de fato importante para existir uma maior
confiança entre escolas e clubes.”
Uma das equipas da Escola Secundária Fernão Mendes Pinto |
- Estando em Portugal, já alguns anos,
e pelo que já viu, o que nos têm a dizer?
- “Direi pelo
que já vi por aí, têm muita coisa funcionando muito mal, mesmo, não adianta por
exemplo ter muita formação académica, ser doutor e não ter uma visão ampla e
saber aproveitar e transformar o material humano que tem aos seus dispor. Fico muito
decepcionado quando vejo jovens de 14,15,16 anos e até mais idade, com boa
estatura física, querendo ter tido chance de ter treinado em algum clube ou
mesmo integrar as equipas, e não tenham sido dadas essas oportunidades. Dou-lhe
um exemplo tenho uma jovem de 16 anos, com 1.86 centímetros que nunca foi convidada
por nenhum clube e sempre competiu pela escola, imagine quantas não existem por
aí. Já tive também um rapaz mais velho, 18 anos, 1.89cm, outro de 1.97cm
desistiram, pois não conseguiu ter um grupo para formar uma equipa”.
- Acha determinante esse elo de ligação
dos clubes à escola?
- “Sem dúvidas,
existes miúdos nas escolas com alguma aptidão para várias disciplinas
desportivas e que não são aproveitados pelos clubes, daí salientar que os
clubes deveriam ter uma maior ligação com as escolas das suas zonas e assim
evitar que muitos jovens passem ao lado da actividade desportiva”.
Tenho uma
jovem 16 anos 1.86 que nunca foi convidada por nenhum clube, e sempre competiu
pela escola. Imagine quantas e quantos não existem. Já tive também um rapaz
mais velho, 18 anos, 189cm, outro de 1.97cm desistiram, pois não consegui ter um
grupo para formar uma equipa.
- Fale-nos agora do seu projeto do
voleibol na SRUP?
- “O
Voleibol da SRUP, começou do fim, ou seja, com uma equipa de Veteranos mistos
onde vencemos dois títulos numa competição que é a maior de Lisboa, em 2015 e
2016 e ainda vencemos o torneio 4x4 na Relva 2015 e assim foram aparecendo mais
pessoas, era apenas duas vezes por semana o Voleibol na SRUP. Hoje temos os
Veteranos, temos um grupo aberto jovem que temos praticantes entre os 16 aos 42
anos, temos Veteranos mistos e ainda temos um grupo de Veteranos Masculinos que
em 2015, conquistámos o Torneio Internacional de Veteranos, nas Caldas da
Rainha”.
Luciano Manhães, que levou a Rússia ao 5 º lugar no "Rio2016" |
- Em 2016 um reconhecimento mundial
ao ser trabalho, no Rio 2016. O que nos têm a acrescentar sobre essa
participação?
- “Em 2016
ausentei-me de Portugal, após um convite que me foi endereçado e pela quinta vez,
de preparar as equipas da seleção de Voleibol de Praia da Rússia, para mais uma
classificação Olímpica onde terminamos na 5ª posição no Rio2016, realizado no
Brasil. Nesse ano ainda não tínhamos no SRUP, equipa de iniciados femininos,
mas depois de ter o excelente resultado no Rio 2016, voltei com força, com mais
prestigio, visibilidade e credibilidade e tentei uma vez mais, pois queria e
também pela estrutura que montamos na SRUP, era mérito ter uma equipa federada
e conseguimos”.
- Sabemos que não foi fácil essa
aventura de criar uma equipa feminina, o certo é que esse trabalho acabou por
se concretizar e com êxito. O que nos tem a dizer?
- “Sim, não
foi fácil, foi tudo muito difícil, ter um grupo com perfis bem diferentes, que
nunca treinaram e nunca jogaram nem mesmo na escola, e em 7 meses já
conseguimos vencer alguns sets, vencemos um jogo amigável, mas ainda falta
vencer nas competições. Nosso grupo não tem ainda espírito de equipa, sofrem
com as derrotas, principalmente com as que percebem que poderiam jogar, mas com
a experiência das demais se perdem. Temos confrontado equipas que jogam há 3 e
5 anos juntas e isso faz uma grande diferença. Eram mesmo meninas que não
sabiam nada! E hoje já recebem, servem atacam e defendem muito bem, que é a
característica que coloca nas minhas equipas.
- SRUP Voleibol de Praia era um sonho?
- “Sim era
um sonho e o senhor sabia bem do meu sonho, afinal já plantamos a semente. No
Caparica Primavera Surf Fest, fomos convidados para ser organização dentro
deste evento e rapidamente, montei o plano de ação e funcionamento, em 4 dias contabilizei
137 praticantes, entre atletas, público presente na praia e alguns convidados e
um grupo de férias. Com a publicidade nas redes sociais apareceram até
universitários estrangeiros a participar e isso é-nos gratificante”.
- Esse projeto de voleibol de praia
não termina após o Caparica Primavera, bem como outros projetos?
- “Claro que
não termina aqui, aqui foi o lançamento, pois vamos ver se conseguimos ter
Voleibol de Praia, nas nossas praias, praças ou parques. O projeto já foi
apresentado, mas está a demorar, porém deverá surgir. Eu não ficarei parado,
quero e vamos ter Voleibol de Praia em Almada, pois temos condições para isso, já
que temos uma grande frente de praia”.
- O Desporto em Almada, o que vê negativo?
- “Quando me
deparo com um complexo de piscina da Academia Almadense, abandonado, quando
entro numa escola e vejo pisos perigosos, com madeiras partidas, com falta de
manutenção, quando vejo os parques como o Parque da Paz, onde não tem nada,
zero de algo para a pratica de atividade física, isso me dá mais força para eu trabalhar,
ir à luta procurar quem de direto. Vejo muitos reclamando com razão, mas o que é
que eles, fazem. Direi nada…Realmente é uma falta de cultura desportiva”.
Resultados do torneio 4x4 SUB16 SRUP e E. Fernão Mendes Pinto
Equipas da Fernão Mendes Pinto
Eq. A Prof. Nuno
Eq. A Prof. Ana
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