ANTONIO PEDRO CORTÊS BAPTISTA, O HOMEM E O ÁRBITRO
A arbitragem é uma das vertentes do desporto, que muitas vezes e face ao fracasso desportivos de alguns clubes, é um dos alvos preferidos dos seus dirigentes desportivos, para tentarem justificar esses fracassos. No seio da arbitragem nem todos conseguem atingir patamares do topo nacional ou mesmo do top europeu. Muitos nunca conseguem ascender aos quadros de arbitragem a nivel nacional, quedando-se pelos distritais, alguns acabam por ficar pelo caminho e abandonar a arbitragem.
Hoje aqui vamos dar a conhecer o passado de um grande homem, António Pedro Cortês Baptista,que muito de si deu á arbitragem do nosso distrito e que ainda,chegou ao quadro da 1ª Categoria Arbitragem Nacional, onde permaneceu durante alguns anos.
Depois de ter abandonado os relvados e os campos pelados, esse homem desenvolveu uma atividade interessante na formação de jovens árbitros e que deixou um legado importante na arbitragem nacional, pois dois dos seus filhos lhe seguiram as peugadas, o Lucilio Baptista, que chegou a árbitro internacional e o seu filho mais novo o Fernando Baptista que ainda chegou a ser arbitro assistente no quadro de árbitros auxiliares
É este homem que aqui partilho o seu longo percurso na arbitragem:
O Meu Percurso na ARBITRAGEM
Inicio: - No Ano de 1966, por indicação de um ex-fiscal de linha (como se designava na época) do árbitro da 1ª categoria nacional, José Luís Moreira Tavares, inscrevi-me e frequentei um curso de árbitros com aproveitamento, realizado em Lisboa, o qual foi denominado “ Curso de árbitros Gameiro Pereira” em homenagem a este grande mestre da arbitragem, hoje possivelmente já caído no esquecimento, como é normal acontecer neste País. Desse curso, composto por cerca de 60 candidatos, faziam parte alguns elementos, que mais tarde vieram a ter alguma projeção na arbitragem, nomeadamente o antigo árbitro internacional ( já falecido em fatídico acidente), Viriato Graça Oliva. Passados cerca de três/quatro épocas a arbitrar nos Campeonatos Distritais de Lisboa, fui indicado para fazer parte da equipa de arbitragem de um Homem, de seu nome, Nemésio António de Castro, que tinha ingressado no “Quadro de Acesso” que existia como trampolim para a ascensão á 3ª Divisão Nacional.
Considero que
esse foi o momento mais marcante na minha carreira de arbitragem, já que
este
Senhor, foi para mim um dos maiores árbitros que existiram em Portugal, não
tendo tido o reconhecimento que as enormes qualidades dele mereciam, tanto como
Homem íntegro, amigo do seu amigo e árbitro com enormes qualidades. Fiz parte
da equipa dele durante 7 épocas (uma no referido quadro de acesso, duas na 3ª
Categoria Nacional, duas na 2ª Categoria Nacional e duas na 1ª Categoria
Nacional). Na época de 77/78, em virtude de ter mudado a minha residência para
Almada, pedi a transferência para a A. F. Setúbal, onde ao fim da 2ª época a
arbitrar nos Distritais, ascendi a árbitro da 3ª Categoria Nacional (já com 39
anos de idade), categoria essa onde me mantive até ao limite de idade (45
anos), sendo licenciado como árbitro de categoria nacional. No entanto, ainda
nesse período, fui indicado para fiscal de linha do árbitro da 1ª categoria
nacional, Ezequiel Gonçalves Feijão, (outro grande Amigo, cuja amizade ainda
hoje perdura). Embora pareça estranho, mas pelo menos durante cerca de três
épocas, o regulamento de arbitragem, obrigava que um árbitro da 1ª categoria
nacional, tivesse que ter na sua equipa, um árbitro dos quadros da 3ª categoria
nacional. Na época de 86/87, fui convidado pelo C. A. da A.F. Setúbal, para
fazer parte do quadro de observadores de árbitros a nível distrital, tendo na
época seguinte ascendido ao quadro de observadores de árbitros do C. A. da F.P.
Futebol, onde me mantive durante 22 anos ininterruptamente, até atingir agora o
limite de idade (70 anos), solicitando o licenciamento como observador de
árbitros nacional.
Cortêz Baptista, aqui a entregar o troféu a um jovem atleta aquando, da Festa do Futebol, no campo do Pragal |
O trio de arbitragem liderado por Lucílio Baptista,tendo ao seu lado direito o seu irmão Fernando Baptista e José Esteves |
De realçar que nas épocas 2002/2003 e 2003/2004? Obtive
classificação para ascender ao quadro de observadores da 1ª categoria, mas em
ambos abdiquei da promoção, pelo facto de eu não considerar esse cargo
compatível com o facto de ter o meu filho (Lucílio Baptista) no quadro de
árbitros da 1ª Categoria Nacional/Internacional). Durante estes últimos 22 anos
ao serviço do Conselho de Arbitragem da F.P. Futebol, exerci também os
seguintes cargos: - Monitor de Árbitros, Instrutor de Árbitros, sendo também
possuidor do Curso de Formação para Formadores, exercendo ainda durante duas
épocas, as funções de Assessor de 7 árbitros da 2ª categoria nacional, sendo
que desse naipe de árbitros que eu assessorei, 3 deles estão neste momento nos
quadros da 1ª categoria nacional ( Rui Costa, Vasco Santos e Artur Soares Dias
“Internacional”, e um outro que eu considero o mais regular árbitro dos
nacionais ( Pedro Miguel Maia, do Porto), atendendo ao facto de, nas últimas
7/8 épocas consecutivas, este árbitro ter ficado classificado nos primeiros dez
lugares do quadro nacional da 2ª categoria, sem que tenha tido a sorte de ficar
nos lugares que dão acesso á 1ª categoria nacional, que amplamente merecia. A
Nível Distrital, fiz parte durante vários anos ( 15/16), da Comissão de Apoio
Técnico da A. F. Setúbal, sendo Coordenador da mesma até esta data, ministrando
variadíssimos cursos de candidatos a árbitros, assim como Cursos de Treinadores
de Futebol, Nível I e Nível II, ( nestes coadjuvado pelo meu Colega e Amigo,
José Manuel Macedo Esteves, outro Formador/Organizador, de enorme qualidade).
Sou também o sócio nº 3, do Núcleo de Árbitros de Futebol de Almada/Seixal
(NAFAS), onde durante muitos anos fui membro e coordenador da CAT, tendo ainda
exercido vários cargos como dirigente, sendo o seu Presidente quando se
conseguiu obter a sede que atualmente o NAFAS possui. (cedida pela Câmara
Municipal de Almada, graças ao empenhamento do seu Vereador do Desporto e
Cultura, Snr. Eng.º António Matos, a quem o Núcleo muito deve).
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